Gastronomia e o corte de verba na educação publica brasileira

Acredito que todos os brasileiros estejam conscientes das decisões atuais do governo de contingenciar o dinheiro destinado à educação pública brasileira, o que, na prática, não passa de um corte no orçamento previsto. Com isso, a grande maioria das universidades e institutos federais está correndo risco de fechar suas portas, pois não são mais capazes de pagar suas contas básicas com o orçamento ainda mais reduzido.

Nas últimas semanas, o movimento estudantil começou a organizar manifestações, paralisações e uma greve geral contra a medida do governo federal, destacando os projetos de ensino, pesquisa e extensão presentes nas universidades. 
A gastronomia, antes mesmo do corte, já não apresentava um orçamento ideal para a dinâmica do curso como deveria. A dificuldade com os insumos e a quantidade reduzida de receitas por aula já eram recorrentes. Os professores sempre se esforçaram ao máximo para driblar os problemas e manter as aulas conforme o cronograma. 

É preciso falar sobre os projetos da gastronomia, sobre como os alunos compartilham seus conhecimentos com a população: 

Começando pelo projeto Horta da Gastronomia, que iniciou como uma forma de o curso ter seus insumos básicos plantados e colhidos no campus, mas acabou se transformando em um projeto de extensão que leva à comunidade um pouco do que aprendemos no curso por meio de oficinas, juntamente com outro projeto de extensão da UFPel, as Hortas Urbanas.

Outro projeto que está sendo desenvolvido na universidade é o projeto de ensino Maria Brasileira, que reúne alunas, professoras e todxs que queiram participar para conversar sobre a disparidade de gênero na cozinha, discutindo e trocando experiências próprias de todas as mulheres que, de alguma forma, já sofreram com o machismo presente nas cozinhas brasileiras e do mundo.

Juntamente com outros cursos, como o de Nutrição, alunos de gastronomia também estão presentes para contribuir em projetos, sempre visando o melhor para a comunidade pelotense e para compartilhar os saberes aprendidos dentro dos laboratórios e salas de aula.

Não é apenas a UFPel que está à beira de fechar as portas da gastronomia e de todos os seus outros cursos. Outras universidades que oferecem o curso estão passando por uma situação similar. Isso deixaria não apenas Pelotas sem esses projetos, mas também cidades como Porto Alegre, que contava com a gastronomia da UFCSPA para o desenvolvimento de outros projetos de grande importância social. Projetos com merendeiras de escolas infantis e com hospitais são dois dos já realizados na universidade.

Precisamos lutar contra o governo atual, que tem tentado acabar com o avanço dos universitários em suas pesquisas e projetos. Precisamos lutar por todos os cursos igualmente, entendendo a importância de cada um.


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